terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Manifestantes contra a revista Charlie Hebdo atacam grejas evangélicas brasileiras no Niger



Tudo começou após charges do profeta Maomé serem publicadas na revista satírica francesa Charlie Hebdo, que tiveram como consequência um ataque de radicais islâmicos na redação da revista em questão culminando na morte dos principais chargistas franceses.

Os protestos no Níger começaram na sexta-feira (16) por causa da publicação de reestreia ou seja a primeira edição do jornal após o ataque à sua sede.

Nesta edição o jornal voltou a circular, com uma capa que traz Maomé chorando e segurando o cartaz “Je Suis Charlie” (Eu Sou Charlie) -acima, a frase: “Tudo está perdoado”. A capa recebeu críticas de lideranças religiosas islâmicas.

A onda de ataques no Níger contra a charge de Maomé na atual edição do jornal francês destruiu no sábado (17) duas igrejas presbiterianas brasileiras na capital, Niamey.

Outras duas igrejas e uma escola sob o comando de missionários do Brasil, que pertencem a uma ONG protestante, também foram atingidas, segundo relato à Folha, por telefone, de brasileiros que moram na cidade.

A Folha apurou que a embaixada do Brasil no vizinho Benin, responsável pela diplomacia no Níger, avalia retirá-los do país se a situação se agravar. Informações preliminares passadas ao governo brasileiro apontam a possibilidade de que o grupo extremista Boko Haram, da vizinha Nigéria, esteja ligado aos protestos.

Desde sexta-feira, dez pessoas morreram e cerca de 20 templos cristãos foram atacados no país, predominantemente muçulmano e um dos mais pobres do mundo.

Dois templos da Igreja Presbiteriana Viva, com sede em Volta Redonda (RJ), foram incendiados e saqueados, contou o pastor brasileiro e responsável pela administração, Roberto Gomes, 36.

Um deles, que comporta cem pessoas, foi atacado pela manhã, horas antes de um encontro bíblico frequentado por moradores locais.